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26 de Abril de 2024

"Não atendemos Gays"

Com um simples e claro cartaz, deputada do Oklahoma pode enterrar projeto de lei que invoca a liberdade religiosa para permitir homofobia

Publicado por Ylena Luna
há 9 anos

Quando não está discutindo se proíbe o uso de capuz ou uma maneira de proteger a decisão dos pais de obrigar os filhos a uma terapia para deixar de ser gay, o Legislativo de Oklahoma, violentamente conservador, tem passado grande parte das sessões debatendo uma lei sobre “liberdade religiosa” antigay. A medida autorizaria empresas privadas e entidades governamentais a se recusar a prestar serviços a gays com base em suas crenças religiosas. Embora a proposta seja similar a uma lei do Arizona vetada pelo governador Jan Brewer no ano passado, ela na verdade vai além, permitindo explicitamente a qualquer pessoa - desde o dono de um hotel até um empregado da DMV ou um assistente social - dar as costas a indivíduos gays se sua religião assim o exigir.

No atendemos Gays

Agora uma deputada apresentou uma brilhante emenda ao projeto de lei que está na Câmara a qual, levando a medida a sua conclusão lógica, revela explosivamente toda a animosidade por trás de tal projeto. A parlamentar democrata se opõe ferozmente à lei da “liberdade religiosa”, mas, se for aprovada, ela quer garantir que os casais gays saibam quais são as empresas e agências do governo que se recusarão a lhes prestar algum serviço de maneira que possam evitar a indignidade de serem despachados por causa da sua identidade de gênero.

A emenda apresentada por Emily Virgin exige que “qualquer pessoa” que despreze os gays a ponto de não desejar atendê-los terá de “colocar um aviso da recusa de maneira clara e visível para o público em todos os locais da empresa, incluindo seus websites”. A emenda inclui a necessidade do mesmo tipo de aviso para empresas que se recusarem a atender as pessoas por causa de raça ou gênero.

A União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu, na sigla em inglês) em Oklahoma já elogiou a emenda proposta pela deputada por “expor enfaticamente o absurdo de criar uma nova era de segregação legalizada” e obrigar as empresas a “reconhecer seus preconceitos e divulgá-los ao público por meio de avisos para todo mundo ver”. E, naturalmente, esse é o principal objetivo da emenda. Se o projeto de lei da “liberdade religiosa” for sancionado, todo trabalhador do Estado de Oklahoma terá o direito pessoal de despachar os gays, o que é potencialmente um sistema moderno de segregação. Pelo menos os gays poderão saber que empresas vão rejeitá-los, de modo que eles - e possivelmente seus filhos - não precisem enfrentar a humilhação aliada a tal discriminação. (Seus aliados, por outro lado, poderão facilmente saber que empresas boicotar.)

Em outro nível, a emenda apresentada por Emily Virgin simplesmente tem um bom sentido prático. Há um ano, Ross Douthat (colunista conservador), do New York Times, elogiou tais projetos legais de falsa liberdade religiosa como uma espécie de “concessão” da direita homofóbica. Se os gays aceitarem a “concessão” de Douthat, não deveríamos pelo menos ter permissão para saber que empresas são seguras para entrarmos e quais nos darão um pontapé? Não devem ambos os lados desse debate aplaudir a emenda da deputada como uma barganha eminentemente sensata? Por que, em outras palavras, alguém se objetaria a ela?

Para ser justo, os republicanos de Oklahoma ainda não responderam à proposta de emenda de Emily Virgin, portanto existe ainda uma chance de eles a apoiarem incondicionalmente. Mas, se acabarem votando contra a medida, não devemos nos surpreender. A ideia central desses projetos de lei de “liberdade religiosa” é deslocar o preconceito antigay para os códigos sem que alguém perceba. Agora que Emily Virgin direcionou os holofotes para os esforços dos republicanos de Oklahoma nesse sentido, o plano deles de repente está em risco. Astutamente, com uma curta emenda Emily colocou seus colegas conservadores numa ratoeira legislativa. Será divertido ver quando a armadilha se fechar bruscamente.

TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

MARK JOSEPH STERN É COLUNISTA DA REVISTA ONLINE SLATE. ELE COBRE CIÊNCIA, LEGISLAÇÃO E ASSUNTOS LGBT


Fonte: OEstadão

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203 Comentários

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Infelizmente uma nação como os Estados Unidos, pregadores de uma liberdade plural aos seus compatriotas e de todos os povos que sofrem sob o jugo de regimes não democráticos, vem dando claro exemplo de retrocesso por parte dos Estados que compõem a Federação Americana ao aprovarem uma lei de tamanha afronta a liberdade sexual.
Enquanto a Suprema Corte Americana está as vésperas de julgar o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo para toda a nação, Estados governados pelo partido republicano, tidos como conservadores - e por não dizer, retrógrado quanto a pluralidade ideológica dos novos tempos - vem tentando "resguardar" convicções e filosofias em total dissonância com o pensamento ideológico e jurídico moderno da concepção do ser humano como um todo, sob a alcunha da "restauração da liberdade religiosa". continuar lendo

Caro sr. Leonardo

Os que condenam os conservadores são tão preconceituosos quanto os conservadores, cada um a seu modo. Os conservadores não aceitam os costumes gay e os simpatizantes não aceitam os conservadores, dai que é um preconceituoso discriminando o outro.

Os simpatizantes dos gay podem muito bem, se quiserem, incentivar os filhos a serem gay e as filhas, lésbicas e o lar uma casa LGBT, problema de cada um. Dai vai o pai, se é que é o homem, pois é uma mulher e a mãe, que pode ser um homem, mas é uma mulher que vez ou outra é um homem casado com uma mulher, mas na verdade é um homem que era uma mulher e adota e faça da casa o que bem entender.

Então facilita. Quem não gosta de gays estampe o aviso nas portas e arque com as consequências financeiras de tal decisão, se morar num bairro onde só tem gay vai ter que vender seus produtos em outro reduto e fica cada um na sua.

Uma coisa é certa, nessa briga eu não entro, pois a raça humana jamais se entendeu e nunca se entenderá. Cuido da minha vida e deixo gay e conservador se estranhar por que disso ai só provém tristeza. Tenho uma causa nobre para cuidar, é a minha vida... continuar lendo

Davi Santos
Discordar dos conservadores não é preconceito, é conceito, cercear direitos de pessoas somente por serem gays isso sim é preconceito, sua analogia foi totalmente esdrúxula. Sejamos lógicos: Se o Estado é laico nenhum direito individual pode ser atacado por simples convicção religiosa.
Por mais que você ache que está alheio à situação, numa análise objetiva percebe-se que o Sr. está a favor dos conservadores, já que quem tem direitos ofendidos são os Gays, os conservadores querem institucionalizar a discriminação por orientação sexual, qual é o direito dos conservadores que está sendo atacado ao se prever na lei os mesmos direitos dos héterossexuais. continuar lendo

Liberdade é também ter o direito de escolha, atender ou não atender gays, assim como o cidadão tem o direito de escolha, ser ou não ser gays. O direito de liberdade deve ser amplo e irrestrito. continuar lendo

Concordo com o David! continuar lendo

A bíblia não incentiva em hipótese nenhuma dá as costas para os gays, ao contrário. Deus ama o pecador, porém abomina o pecado!

Os ativistas gays são muito intolerantes. continuar lendo

David da Silva Santos - Não adianta dizer que não entra nesta briga, porque, com seu comentário, já está bem no meio dela.
Suas palavras colocam as pessoas que respeitam a liberdade do próximo no mesmo nível das que estabelecem um padrão de comportamento que consideram "o único aceitável" e rejeitam qualquer desvio do modelo que impõem.
Em psicologia chama-se cama de Procusto. Ele estabeleceu um padrão de altura para as pessoas e as media em uma cama especial. Quem fosse menor, sera esticado até aquela altura e quem fosse maior, era cortado na medida certa.
O respeito à diversidade é considerado por mim como um enorme avanço social, porque permite a felicidade de todos os seres da humanidade, não obriga às pessoas a viverem sob o jugo de imposições muitas vezes absurdas.
Veja Hitler, por exemplo... O padrão de sua cama era ser semita! Na era da Ditadura, o padrão era ter pensamentos e sentimentos de direita.
Aprendi a não somente respeitar a adversidade, mas a admirá-la. Quando ouço uma canção, admiro quem tenha o talento de compor uma música maravilhosa e cantá-la com palavras de uma poesia inalcançável por mim.
Admiro pessoas com talentos que eu não tenho, com o de um cego que entende de programação digital, matéria muito acima da minha compreensão. continuar lendo

Uma proposta como essa nunca vai acabar bem se aprovada, lembrem-se que o holocausto começou desta forma e a guerra civil americana tambem.... isso so pode acabar em conflito... continuar lendo

O problema não é ser gay, o problema é que os gays querem obrigar a todos serem gays também, ou seja, ser gay é uma opção de cada um, mas, não se pode obrigar a quem é normal achar que ser gay é normal.

Cada um tem um valor ,e o valor de cada um deve ser respeitado por todos, sem serem obrigados a viver e conviver, em locais públicos, TV's, com cenas de "aberração", ou seja homem praticar sexo com homem ou mulher praticar sexo com mulher.

Cada um faz o que quer, porém não pode obrigar os normais a serem anormais. Ninguém é obrigado a comer sapo, come quem quer e gosta. continuar lendo

Sendo mal educado, mas sem intenção de o ser, são os gays, com seu comportamento berrante semelhantes aos religiosos que querem sair por ai de Bíblia na mão pregando a quem não quer ouvir são farinha do mesmo saco. Cada um a sua maneira viola o sossego dos que querem viver em paz.

Sou religioso até o tutano, mas jamais admitirei evangélico ou católico na minha porta pregando feito um doido, gritando e fazendo algazarra, da mesma forma detesto ver homem rebolando e falando e virando a mãozinha e empesteando o ambiente onde vivo.

Os dois não tem respeito e um acusa o outro de desrespeito. De modo que cada um que criticou entendeu mal minha colocação. O que quis dizer é que não há respeito de ambas as partes, porém os gays acusam os demais de preconceito, mas tenho clientes gays que cuido com carinho devido o fato do comportamento deles atrair minha simpatia, tem gay que quero ver no inferno, da mesma forma que possuo clientes religiosos nojentos e outros com quem simpatizo por saberem o lugar de cada coisa na vida. Ora, lugar de sexo é no quarto, seja de motel, seja no lar, lugar de pregar é onde o Estado autoriza...

Os gays atiçam a ira alheia sob pretexto de liberdade, ou libertinagem e falam que não são respeitados, os demais embandeiram a ira e acabam nisto ai que lemos. Eu fico na minha, nem condeno, nem absolvo... continuar lendo

Liberdade Sexual se dá entre quatro paredes e não no meio da RUA ou na TV. Isso daí não tem nada a ver com direito, leis, democracia, nada disso. É apenas ideologia, atuação de histéricos de esquerda para desviar o foco dos problemas reais do pais o mesmo ocorre no Brasil! continuar lendo

Existe uma resposta bastante simples, meu caro.
Os gays, lésbicas, simpatizantes e afins, tem o direito de defender a sua liberdade sexual, o direito de defender o sexo livre e tudo mais.
E de outro lado, estão os conservadores que também tem TODO DIREITO DE DEFENDER OS SEUS VALORES MORAIS E AS SUAS FAMÍLIAS.
É só uma questão de direito, não se pode dizer que A ou B estejam certos, apenas são interesses conflitantes, de partes que possuem amplos direitos.
Se gays, lésbicas, simpatizantes e afins têm direito a uma Lei que reconheça seus direitos, a parte contrária também tem direito a Lei que resguarde os seus direitos.
Se A ou B estão certos, não cabe a nós julgar. Existe um Julgador Maior, que a tudo está assistindo e na hora certa julgará. A mim cabe a minha parte, de defender a minha família e meus filhos. continuar lendo

Pois é, isso é liberdade, não imposição! A liberdade é tão verdadeira que eu posso rejeitar atender alguém por qualquer motivo que me desagrade, seja opção religiosa, sexual, racial, etc.
Concorrente inteligente pode ficar com a clientela. continuar lendo

Liberdade verdadeira é isso aí. Nem além nem aquém. O brasileiro, acostumado as "liberdades" unilaterais geralmente não consegue entender decisões como esta. Diferente do Brasil, lá "todos" tem direito a opinar e exigir seus direitos. Cada coisa no seu lugar, cada um com seus direitos; uns de gostar, outros de não gostar; uns de aceitar e servir outros de rejeitar e não servir. Isso sim é a LIBERDADE IN NATURA! O DIREITO que atropela, não é DIREITO... é IMPOSIÇÃO! continuar lendo

O que na realidade as leis pretendem é preservar o direitos dos gays de manterem suas vidas. Por serem uma minoria, caso o estado não se preocupe
com sua segurança, serão exterminados facilmente. Veja bem, mesmo com movimentos e apelação à manutenção dos direitos preservados por lei, o que os gays pretendem de fato é o direito de além de irem e virem, de continuarem vivos. Mata-se gays no Brasil como se fosse uma praga a ser exterminada e os órgãos públicos não investigam ou punem seus assassinos. Conheço casos em que rapazes atacados por grupos nas ruas e buscam apoio policial, são ridicularizados e achincalhados pelas autoridades que sequer registram suas queixas. Mesmo que exista leis para preservarem seus direitos, matá-los soa como um crime menor, onde sequer é necessário um registro oficial. Quando os gays clamam ao mundo seus direitos o que eles clamam de fato é o direito de continuarem vivos. Trata-se de sobrevivência, por que eles sabem que suas vidas nada valem em uma nação machista e prepotente onde os direitos preservados e respeitados são só os dos mais fortes, poderosos, ricos. Pobres, gays e mulheres são considerados seres de menores importância e caso algum filho de papai se irritar com a presença de algum ser destas espécies, pode dispor de força bruta para aniquilar suas vidas. Isto não é ficção. É realidade. No mundo inteiro e principalmente no Brasil, gays e mulheres são assassinados como pragas daninhas. As leis que são solicitadas não é para impor seus comportamentos aos senhores e senhoras, religiosas, conservadoras, mas sim para que suas vidas sejam preservadas, respeitadas. O direito de viver: É só isso que todos querem. Continuar vivos e saber que poderão sair de suas casas e esconderijos sem serem vítimas de espancamentos onde poderão morrer nas calçadas como se fossem um rato ou uma barata É só isso o que todos os seres humanos buscam: O direito de viver e não de impor seus comportamentos a quem quer que sejam, nem atropelar os direitos de ninguém. continuar lendo

Sábias palavras.. continuar lendo

Onde parte da população, de um modo geral, não tem a tolerância necessária ao convívio há de se impor as leis, unilaterais que sejam, para que cada um respeite o direito do outro. Quem se estabelece para servir, visando o lucro, tem que faze-lo respeitando e exigindo o respeito às leis. Sou hétero, não tenho armários trancados, mas acredito que nos próximos seculos cresçamos e nos desenvolvamos a ponto de olhar o passado e assustarmos com nossos pensamentos de outrora. continuar lendo

Não, na verdade mata-se seres humanos, entre eles heteros, crianças, homos, bi, negro, branco, etc.
A porcentagem está diretamente ligada ao envolvimento com a criminalidade e o ambiente frequentado, por isso entre os assassinados temos pais e mãos de família, trabalhadores, etc...
Dizer que A ou B são vítimas porque são retos ou tortos é um argumento incorreto, mas tem ganhado força na sociedade sega e egocêntrica! continuar lendo

Cada um pode ser e fazer o que desejar, desde que não imponha suas práticas aos demais e respeite o contraditório, é uma garantia constitucional. Mas uma coisa é certa, querem impor esse comportamento como se fosse natural, literalmente, e sabe-se que, do ponto de vista científico, e consequentemente racional, isso não condiz com a verdade. O indivíduo nasce homem ou mulher e ponto final. Até que se prove o contrário, os ativistas terão que usar suas armas, ou seja, a mídia, ou pelo menos a parte mais hipócrita deste segmento, para tentar enfiar "guela abaixo" naqueles que não concordam com essa prática e a consideram uma prática (comportamento) anormal. Isso não é preconceito, mas ciência. A de se considerar também que o STF já "legislou" a esse respeito e "impôs" o reconhecimento desses pseudo casais, o que contraria o próprio texto constitucional, logicamente que, com a influência da mídia e 'a força da caneta', pois num pais sério e dentro da racionalidade não caberia decisão nesse sentido. Enfim, tudo que for contra os interesses desses grupos antifamília, anticristãos, antidemocráticos, deturpadores de toda e qualquer regra moral em prol de seus próprios caprichos, será considerado por tais como retrógrado, humilhante e desumano.

Isso sem mencionar o CFP que tolheu o direito dos homossexuais de procurar auxílio psicológico quando desejarem abandonar suas práticas e assim retornar a seu estado natural. continuar lendo

Desde quando científico implica, necessariamente, racionalidade? E desde quando a cientificidade garante a precisão de algo? Não é preciso ir muito longe, basta lembrar de Lombroso e verá que a ''cientificidade'' não implica que o resultado é correto. Na verdade, há de se definir inclusive o que a "verdade", que o sr. tanto menciona.
E sim, isto é preconceito, não concordar é uma coisa, agora querer impedir o acesso, chamar de 'anormal' (defina, por favor, a normalidade), chamar de pseudo casais, etc., é sim preconceito, é discriminar em razão da orientação sexual. Não concordar é simplesmente acreditar que isto ou aquilo é errado, sem no entanto se exaltar, sem querer prejudicar ou expor os outros.
E já que o sr. abordou a questão de homossexualidade e ciência ("Isso não é preconceito, mas ciência."), basta verificar que diversas pesquisas recentes apontam para a homossexualidade como uma coisa genética, o que, ao seu ver, tornaria natural as coisas.
Confesso que não entendi por qual razão num país sério, como o sr. disse, seria impossível a Corte Suprema, por meio de uma interpretação, dar uma decisão deste calibre.... veja que este é um movimento internacional, diversas cortes tem chancelado decisões equiparando os "casais normais" e os "pseudo casais", como sr. os chama...
Também achei deveras interessante a parte no qual o sr. chama os "pseudo casais" de "antifamília, anticristãos, antidemocráticos, deturpadores de toda e qualquer regra moral em prol de seus próprios caprichos". O fato de ser homossexual impede a "família" (defina, por favor, família)? Por que o homossexual tem que ser necessariamente "anticristão"? A parte do antidemocrático é ainda mais ausente de qualquer fundamentação e, quanto a "regra moral", como o sr. conclui que todo homossexual é imoral? Só por que gosta de pessoas do mesmo sexo? No que isso atinge a sua moral?

Confesso que não sei o que é CFP, pelo que me abstenho de comentar esta parte por não ter entendido. De resto, se a lei em comento no texto tenta internalizar em códigos o preconceito, ao fundamento religioso, o sr., com o seu comentário, tenta internalizar o preconceito na ciência.
Deplorável comentários do tipo, que se acham super liberais, dizem que não tem nada contra homossexualidade, mas a toda e qualquer oportunidade os diminuem, atribuem a pecha de "pseudo casais", "antidemocráticos", "anticristão", "antifamílias", etc., sem qualquer fundamentação.
Por fim, só gostaria de ressaltar que de fato, como o sr. disse, "O indivíduo nasce homem ou mulher e ponto final.", revela uma confusão extraordinária de conceitos. De fato, ao nascer somos todos homens ou mulheres (há ainda os hermafroditas, que são em pequeno número, mas mesmo nestes casos, um órgão sexual é mais desenvolvido que o outro) e isso ninguém questiona, agora a orientação sexual é algo diverso do sexo, não se confundem. continuar lendo

Como Médico e Bioeticista gostaria de reiterar alguns comentários já feitos em outras oportunidades neste site.
A expressão 'pseudo-casais"é bastante infeliz. Dizer que relacionamentos homoafetivos são" anormais "também, ainda mais usando os termos" científicos e lógicos ". Segue um arrazoado, agora sim CIENTÍFICO para justificar.

1- Termo correto: Homoafetividade. Homossexualidade refere-se somente à questão sexual. O primeiro termo é mais adequado pois se refere ao afeto entre duas pessoas do mesmo gênero.
2- Homossexualismo é INCORRETO. Atração entre duas pessoas do mesmo sexo não é errada, nem é doença. Sufixo" ismo "denota doença" .
Organização Mundial de Saúde em 1992 declarou que as relações entre duas pessoas do mesmo sexo não se tratava de homossexualismo, e sim de HOMOSSEXUALIDADE.
3- Homossxualidade foi retirada da DSMIII (Classificação internacional de doenças mentais) em 1973 (mais de 40 anos), com bases científicas (ver http://www.soulforce.org/article/642 - Journal of American Medical Association - JAMA).
"a homossexualidade em si não implica qualquer prejuízo no julgamento, estabilidade, confiabilidade ou capacidades gerais sociais e vocacionais."
4- Homossexualidade foi retirada da lista de doenças mentais da CID 10 em 1990.
5- Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos em 1991.
6- Retirada da Classificação Chinesa de Doenças mentais em 2001.
7- É uma orientação sexual. Lembrando que são 4 orientações sexuais reconhecidas cientificamente: Heterossexualidade, Bissexualidade, Homossexualidade, Assexualidade.
8- A homossexualidade é registrada em cerca de cinco mil espécies animais (estudada e devidamente comprovada em cerca de 500), incluindo mamíferos, aves e platelmintos.
9- Em 2011, o STF reconheceu que a relação entre duas pessoas do mesmo sexo CONSTITUI ENTIDADE FAMILIAR E PORTANTO CASAIS HOMOSSEXUAIS TÊM OS MESMOS DIREITOS DE CASAIS HETEROSSEXUAIS. Sugiro ler comentários dos Ministros na reportagem http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/supremo-reconhece-união-civil-entre-homossexuais
10- Publicada a Resolução nº 175, de 14 de maio de 2013, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizando o CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO, seja por habilitação direta, seja por conversão de união estável. Determina que "é vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo".
11- Conselho Federal de Medicina (CFM) - RESOLUÇÃO CFM 2013/2013
CONSIDERANDO que o pleno do Supremo Tribunal Federal, na sessão de julgamento de 5.5.2011, reconheceu e qualificou como entidade familiar a união estável homoafetiva (ADI 4.277 e ADPF 132), autorizou o uso de TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA PARA CASAIS HOMOAFETIVOS.

E por fim, espero que alguns dos comentários postados aqui não sejam provenientes do Estado de São Paulo, pois em 2001 foi promulgada a Lei Estadual 10.948 (Governador Geraldo Alckmin) que "Dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual'
Artigo 1.º - Será punida, nos termos desta lei, toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero.
Artigo 2.º - Consideram-se atos atentatórios e discriminatórios dos direitos individuais e coletivosdos cidadãos homossexuais, bissexuais ou transgêneros, para os efeitos desta lei: I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica;
...
VIII - proibir a livre expressão e manifestação de afetividade, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos.
Artigo 3.º - São passíveis de punição o cidadão, inclusive os detentores de função pública, civil ou militar, e toda organização social ou empresa, com ou sem fins lucrativos, de caráter privado ou público, instaladas neste Estado, que intentarem contra o que dispõe esta lei.

ESPERO TER SIDO CLARO O SUFICIENTE.
"A PRAGA ATUAL DA HUMANIDADE É O FUNDAMENTALISMO". continuar lendo

Sobre "não imponha suas práticas aos demais e respeite o contraditório, é uma garantia constitucional." do seu texto, eu concordo plenamente contigo, há uns 05 meses atrás ouvir um ativista na mídia falando que Mara Maravilha era homofóbica por que ela comentou em público, se por acaso ela deparar-se com um casal gay se beijando, ela iria se retirar. Então quer dizer que até os incomodados que se mudem são homofóbicos, cadê o respeito ao contraditório, depois não venha pedir respeito, se não respeitam os princípios básicos de uma sociedade. A sociedade não pode enfiar goela abaixo este tipo de pensamento. continuar lendo

Dr. Marco Guimarães. Ninguém está "proibindo" nada. Se há opiniões diferentes, os mesmos estão usando o direito de liberdade de expressão. Me desculpe, mas prefiro me resguardar aos estudos científicos que apontam a existência de dois tipos de cromossomos, que estabelecem a estrutura fisiológica dos seres, encontrados no seu DNA, um para ser mãe e outro para ser pai. Dos quatro comportamentos, ou identidade de gênero, apenas um pode estar mais alinhado ao processo natural da criação. continuar lendo

Sr. Deivis St. Cada indivíduo tem direito a ser feliz da forma que seu organismo responda. Cada órgão do ser humano responde a determinados apelos. Ninguém pretende enfiar goela abaixo de ninguém seus comportamentos. Se você não gosta de feijoada, quem irá obrigá-lo a comer. Se beber cachaça não o agrada, quem irá convencê-lo a beber? Assim também os gêneros diversificados jamais obrigará ninguém a seguir seus passos. Cada um vive conforme pode. A liberdade de todos deve prevalecer, independente da forma com que as pessoas gozam ou dão prazer. continuar lendo

Segundo Deivis St, "...uma coisa é certa, querem impor esse comportamento como se fosse natural, literalmente, e sabe-se que, do ponto de vista científico, e consequentemente racional, isso não condiz com a verdade..."

Talvez fosse uma boa idéia rever seu conceito de "natural" - quem sabe estudar um pouco de Ciência... Zoologia, Biologia, Antropologia. Quem decidiu que o comportamento homossexual "não é natural", certamente esqueceu de enviar o memorando à Mãe Natureza. The birds and racoons DO IT. Even the giraffes DO IT. Olha aí:

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_animals_displaying_homosexual_behavior

http://en.wikipedia.org/wiki/Homosexual_behavior_in_animals continuar lendo

O art. 5º, inciso VI, da nossa Constitução Federal - cláusula pétrea- preserva a reserva de consciência das pessoas eo inciso VIII parece reforçá-la. Então, um confeiteiro membro de uma Igreja Cristã pode se recusar a colocar sobre um bolo de casamento dois bonequinhos homens ou duas bonequinhas mulher; um fotógrafo cristão pode se recusar a fotograr beijos lascivos homossexuais. Se não se pode ofender as pessoas pela sua condição "sexual" - e isto é certo - também não se pode ofendê-las pela sua convicção religiosa ou Moral. Ora, há quem julgue que a homossexualidade difundida a 4 ventos e - mais ainda - patrulhado como está a sua difusão- constituie-se, a médio prazo, em verdadeira arma de destruição em massa. Então devem existir leis EQULIBRADAS que proibam a discriminação mas também que resguardem a própria subsistência da ESPÉCIE HUMANA. continuar lendo

Caro Spencer

Interessante que, como médico, o código de ética de minha profissão veda a discriminação de pessoas, sem exceções.
Assim, na prática médica não posso deixar de atender uma fratura de antebraço de uma pessoa (ou qualquer outro quadro médico), seja ela homoafetiva, travesti, transsexual, evangélica, católica, espírita, muçulmana, policial, traficante, político, branco, negro, indígena...
Não tenho a opção de "não colocar os noivos no bolo" ou "não fotografar beijos lascivos".

Se qualquer outra categoria profissional pleitear o direito de objetar a homoafetivos, gostaria de pleitear também o direito constitucional de igualdade de direitos civis (caso fosse possível sem ferir meu código de ética profissional) de me recusar a atender pessoas que discriminem outras pessoas (aliás, talvez estas pessoas devessem andar identificadas - como objetoras de consciências para "xxx" situação, para garantir o meu direito de exercer minha objeção de não atendê-las).
Isso incomodaria? Com certeza sim. Imagine aqueles discriminados historicamente como se sentem.

Esta situação ainda que hipotética, causaria o caos. Sejamos então, todos INDISTINTAMENTE, mais tolerantes com a diversidade humana.

Não faz sentido pleitear o direito de discriminar e não aceitar ser discriminado.

Obrigado pela atenção. continuar lendo